segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Índios do Nosso Tempo, Espaço na tentativa de celebrar e abrir um canal para o dialógo intercultural



Índios do Nosso Tempo
Espaço na tentativa de celebrar e abrir um canal para o dialógo intercultural


Apresentação
Através deste artigo apresento as intenções deste espaço sua origem desde seu nome ate atual busca pra estabelecer este como ponto de dialogo sobre assuntos e temas relacionados a situação atual dos povos indígenas.
A educação para uma cidadania plena implica, entre outros aspectos, assumir nossa sociedade como um complexo cultural, constituído historicamente e, em grande parte, formado ao longo de conflitos muitas vezes dramáticos. Nossas identidades são múltiplas, às vezes compondo-se de modo extremamente inovador, doutras de modo lamentavelmente excludente. No caso particular das culturas indígenas, além do reconhecimento de suas diferenças recíprocas (pois a categoria "índio" foi construída a partir da ótica colonizadora), é fundamental trazê-las para a visibilidade mais ampla da sociedade como um dos meios que permitam restituir sua dignidade e delas fazer parte constituinte e consciente do que somos. Este espaço pretende, neste sentido, oferecer os recursos, como a mídia de grande capacidade de abrangência e circulação, para documentar, propagar, promover a discussão e contribuir para a formação de cidadania das novas gerações.
O nome veio do projeto ÍNDIOS DO NOSSO TEMPO (Universidade com índios) teve origem em 2002 na Universidade Federal Fluminense onde participamos e desenvolvemos atividades como um projeto de extensão. Expedições de documentação na Terra Indígena Kanela, em 2003 na T.I Alto Turiaçu, junto à etnia Ka´apor, ambas no Maranhão. Além disso, foi realizada e filmada a apresentação do coral de crianças dos índios Guarani na aldeia Sapucaia- RJ e promovidas oficinas de pintura corporais, danças e cantoria durante Segundo Encontro de Culturas- Interculturalidades-Centro de Artes- Departamento de Difusão Cultural –UFF, Rio de Janeiro, entre outras atividades.
No ano de 2005, o projeto participou, na França, das comemorações do Ano do Brasil na França, com exposição, exibição de vídeo, palestras e com a participação de 08 indígenas Kayapo, atividades que foram realizadas com os apoios da PROEX-UFF, do MinC e das instituições francesas.
Os povos indígenas vêm sofrendo toda sorte de constrangimentos à sua sobrevivência física e cultural enquanto ‘povos’ culturalmente diferenciados.
Devido à influência de uma forma predatória de contato intercultural com a sociedade envolvente, ocorre um processo de descaracterização da cultura econômica e material destes indígenas e a desvalorização dos aspectos simbólicos (cosmologia; religião; etno-medicina xamânica; etc.) de sua cultura.
Igualmente surge um momento em que a sociedade global se questiona em relação aos seus valores e reconhece os conhecimentos destes povos, anteriormente tidos como “primitivos”; “irracionais”; “incivilizados” e outros tipos de desvalorizações racistas, de forma altamente valorizada. Principalmente em relação aos valores espirituais e ecológicos, os etno-médicinais, as culturas “tradicionais” e indígenas brasileiras passam a ser vistas, mais e mais, pelo pensamento científico; técnico e artístico, como fonte de inspiração e conhecimentos altamente positivos.
Desta forma, sem querer negar a história e o relacionamento interétnico, que transforma todas as culturas, e em grande parte favorece a própria cultura a se re-significar, tanto o povos indígenas quanto a nós, como a sociedade global em geral, poderemos ser beneficiadas por esta parceria.
Três as motivações que nos levaram a desenvolver, desde 2002, atividades relacionadas às culturas indígenas brasileiras (e que aqui serão como as diretrizes pra futuras publicações neste espaço):
1o) A escassez de informações às quais tem acesso a sociedade brasileira sobre a realidade vivida pelas populações indígenas, sua história e cultura e atuais desafios de sobrevivência e afirmação da identidade;
2o) A limitação de meios e oportunidades para que os próprios indígenas formulem e apresentem sua versão do mundo em geral e de suas culturas em particular;
3o) A necessidade de fornecer a estes grupos indígenas informações e conhecimentos sobre a sociedade abrangente a fim de proporcionar-lhes meios de melhor nela se situarem e de decisão sobre as formas de interação que lhes cabe decidir adotar.
É importante acrescentar que as sociedades indígenas são objeto, há séculos, de interpretações equivocadas e freqüentemente preconceituosas, fato que fortalece o nosso papel de contribuir para um esclarecimento que dissipe estas percepções. O espaço Índios do Nosso Tempo propõe um novo olhar, pretendemos contribuir para que as imagens apresentadas aqui, pelos próprios indígenas possam contribuir para uma visão mais próxima de suas realidades.
Resta esperar- e esta idéia tencione-se fomentadora desta nova visão, que as relações que com elas se estabeleçam a partir de agora sejam mais justas.
Buscaremos aqui nos apropriar e utilizar a mídia escrita para a documentação das culturas indígenas e como material para a preservação de sua memória, de esclarecimento da sociedade abrangente e como meio de intercâmbio e diálogo entre grupos indígenas distintos e destes com a sociedade em geral; e de fundamental a participação a incorporação de todos na elaboração, não só para lhes garantir maior autenticidade, mas para que se realize o ideal do dialogo.
Principalmente buscaremos ao longo das publicações problematizar temáticas que afligem, questionam e se acercam do universo indígena, discursos que dominam o consenso comum quando se defronta com uma outra cultura;
Envie suas propostas, comentários e sugestões para o endereço eletrônico artedomito@hotmail.com
Ate o próximo, com as propostas e temas sugeridos por vocês leitores!
Obs: a charge foi divulgada em um jornal do Peru sobre a situação dos índios isolados ha algum tempo atras, um amigo (Kiko) me cedeu.

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