sexta-feira, 26 de novembro de 2010

plano nacional e seminario Pensando Museus, Xamanismo e Economia no INC

Oi estimados leitores, estamos chegando ao fim do ano de 2010. Em janeiro de 2011, estaremos iniciando uma nova etapa no cenario brasileiro- a primeira presidenta no Brasil! Parabens a todos e muita atenção aos assuntos ambientais, pois ha grandes rumores de que teremos um horizonte nebuloso e com o foco no temido ‘progresso as custas do ambiente’. Mas, vamos falar de alguns avanços:
O Plano Nacional de Cultura (PNC) foi aprovado, por unanimidade, na terça-feira dia 09 de novembro, na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal e segue agora para sanção presidencial. Depois da assinatura do presidente, o Ministério da Cultura terá 180 dias para definir metas a atingir na implementação do plano (PNC).
"A aprovação do Plano Nacional de Cultura é uma vitória muito grande, primeiro, porque institucionaliza os avanços obtidos nos últimos anos pelo governo federal na área da cultura e, depois, porque garante a continuidade das políticas culturais no Brasil", comemorou o ministro da Cultura, Juca Ferreira.
O PNC servirá como ponto de partida para um conjunto de políticas culturais a serem construídas". Foi elaborado ao longo de consultas a sociedade por meio da I e II Conferência Nacional de Cultura (junto também a reuniões do Conselho Nacional de Política Cultural- CNPC e as cámaras setoriais), em esforço conjunto entre o Ministério da Cultura e o Congresso Nacional, o PNC representa um avanço para a Cultura do país ao definir as diretrizes da política cultural pelos próximos 10 anos.
O que é o Plano Nacional de Cultura? O PNC é o primeiro planejamento de longo prazo do Estado para a área cultural na história do país. Sua elaboração como projeto de lei é obrigatória por determinação da Constituição desde que o Congresso Nacional aprovou a Emenda Constitucional nº 48, em 2005.
Os 13 princípios do PNC: Liberdade de expressão, criação e fruição; Diversidade cultural; Respeito aos direitos humanos; Direito de todos à arte e à cultura; Direito à informação, à comunicação e à crítica cultural; Direito à memória e às tradições; Responsabilidade socioambiental; Valorização da cultura como vetor do desenvolvimento sustentável; Democratização das instâncias de formulação das políticas culturais; Responsabilidade dos agentes públicos pela implementação das políticas culturais; Colaboração entre agentes públicos e privados para o desenvolvimento da economia da cultura; Participação e controle social na formulação e acompanhamento das políticas culturais.
Os estados e municípios que quiserem aderir às diretrizes e metas do Plano Nacional de Cultura terão de elaborar seu respectivo plano decenal em até 180 dias. Fiquemos atentos vamos dialogar!!
O conteúdo será desdobrado, ainda, em planos setoriais (indígena, cigano, música, dança, teatro, cultura popular, entre outros).
Veja mais no site do Minc e sobre novos editais, também o site da Funarte. Dialogue busque informação.
Aconteceu no Instituto Natureza e Cultura/UFAM e no Museu Magüta em Benjamin Constant o Seminário “Pensando Museus, Xamanismo e Economia” que proporcionou em suas atividades, o debate sobre aspectos e novos desafios na constituição, reforma, ampliação de museus, bem como dialogos sobre alguns conceitos transversais como o xamanismo, o conhecimento tradicional indígena (que envolve a dimensão do patrimônio genético), aspectos econômicos na dinâmica interativa da interculturalidade, propondo na região do Alto Solimões um encontro com os nativos, instituições implementadoras, de fomento, universidade, e órgão governamentais.
Nossa proposta com essa atividade de debates e palestras é também reconhecer o importante papel desempenhado na preservação de saberes, pelos museus nativos, quanto ao patrimônio artístico cultural no Brasil e de sua diversidade, ressaltando os processos de formação do patrimônio cultural, em sua dimensão material e imaterial, especialmente no contexto indígena local.
Não é apenas apresentar o substancial corpo de dados, com todo seu potencial analítico, não tivemos só pretensão acadêmica, mas esperamos possibilitar o dialogo com os povos indígenas e de maneira mais ampla, que os indígenas possam ter bases para a compreensão e melhor atendimento/dialogo com agentes do Estado, e com pesquisas envolvendo patrimônio artístico/cultural e/ou genético (fauna e flora) permitindo o espaço aberto para compreensões locais indígenas e métodos alternativos (eficazes) de saberes, e tudo mais sobre o que a cada dia tornam-se como tantas palavras, conceitos do ‘nosso mundo’ ao ‘deles’.
No município de Benjamin Constant, Alto Solimões há desde 1992 o Museu Magüta, que abriga diversos aspectos da cultura e povo Tikuna, porem ainda nos dias de hoje este aparelho não recebe nenhum incentivo do município, nem mesmo reconhecimento local. Inauguramos uma Exposição Ritual Ticuna Passado e Presente1959-2010, prospectiva: Ritual de Nominação Ticuna por Cardoso de Oliveira, com fotos de Roberto Cardoso de Oliveira sobre a festa da Menina Moça tiradas em 1959- doadas pelo professor João Martinho de Mendonça da Universidade Federal da Paraíba/UFPB. E outras fotos mais recentes, tiradas em Lauro Sodré documentadas pela equipe PACE Arte e Cultura aplicabilidade da lei 11645-08/INC-UFAM, coordenado por Rafael Pessôa São Paio e Nino Fernandes a convite da liderança Sr. Santos Cruz.
Os debates no Seminário buscaram estreitar as relações com o Museu Magüta (primeiro museu indígena no Brasil), instituições governamentais e a Universidade, possibilitando sua divulgação, e desenvolvendo ações que contribuam para a melhoria do ensino de ciências, cultura e artes nas escolas e o reconhecimento deste importante aparelho para o Município e para o País.
Compreender, entender, respeitar são pontos fundamentais proporcionados durante os debates (e que também mantemos como diretrizes aquí nesta coluna). Apresentar um rico dialogo panorâmico destes saberes, com povos indígenas, suas distinções, num espaço de possibilidades interpretativas entre o conhecimento nativo, institucional e o ‘cientifico’, contamos com as presenças: das Lideranças Mayoruna, Caiçuma, Andre; o coordenador da Frente de Proteção Etno Ambiental Vale do Javari, Sr. Fabricio Amorim; o Sr. Luiz Eduardo Lian da FUNAI/Tonantins. Do Rio de Janeiro participaram os convidados:o historiador do Museu Nacional/UFRJ G. Veloso e a Dra. Regina Erthal da FIOCRUZ. Foi fundamental o apoio da UFAM e da participação dos indígenas e das associações Ticuna (AMIT, CGGT, Ogamitas, entre outras) nossa agardecimento especial também ao Sr. Estevão por posibilitar as vivencias na sua maloca em Atalaia do Norte.
O “SEMINARIOS PENSANDO MUSEUS, XAMANISMO E ECONOMIA” é de fundamental importância, pois a região do Alto Solimões e Javari é diversa no contexto e realidade indígena (temos os Tikuna maior etnia no Brasil, os povos pano, kanamary e os povos isolados na T.I. Vale do Javari), no município de Benjamin Constant com o Museu Magüta, mas com o qual a cidade não dialoga e não participa, há uma espécie de invisibilidade, buscamos com esta serie de debates e palestras possibilitar a mudança desta situação bem como ampliar as condições do referido museu e da relação local com os nativos.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Dia Internacional de Animacão 2010

Mostra Infantil para o Dia Internacional da Animação 2010

Filmes:

Meu Amigãozão – Castelo nas Nuvens – Dir. Andrés
Lieban
2D – 12min56seg – 2009 – Rio de Janeiro – RJ

Sinopse: Lili descobre um castelo nas nuvens e fica super
empolgada! Está pronta para começar o seu reinado quando
percebe que seu fabuloso castelo fica no topo de uma
montanha. Isso é um grande problema já que ela morre de
medo de altura. Como não quer que ninguém fique sabendo
deste segredo, convence a todos que é Nessa que está com
medo. Será que Lili conseguirá enfrentar esse desafio e
chegar no seu castelo.

Josué e o Pé de Macaxeira – Dir. Diogo Viegas
2D – 12min20seg – 2009 - Rio de Janeiro – RJ

Sinopse: Ao trocar seu burro por uma

"macaxeira mágica", Josué descobre que não são apenas
feijões que podem nos levar a uma aventura fantástica.
Dias de Sol – Dir. Luciano Lagares
2D – 1min – 2005 - São Paulo – SP

Sinopse: Em dias de sol a vida rotineira parece ser mais
confortável. Basta uma simples chuva de verão para por
fim à rotina e transformar tudo num enorme desconforto.
Inspirado pelos desenhos do filho, o inventor aproveita
para exercer seu ofício, criando os guarda-chuvas de
acordo com a personalidade de cada cliente.

Desentralha S.A. - Dir. Maurício Castanõ
2D - 11min25seg - 2010 - Rio de Janeiro - RJ

Sinopse: A Desentralha S.A. foi bolada exclusivamente
para tirar crianças de qualquer encrenca - por mais
pavorosa que ela seja! Verdade seja dita, quanto mais
criativos os clientes, mais entusiasmados ficam os sócios
dessa empresa mirabolante.

Escola pra cachorro – Koda Cachinhos Dourados Dir.
Stefan Leblanc
Técnica mista – 11min – 2009 – São Paulo – SP

Sinopse: Todas as manhãs, homens e mulheres deixam
seus simpáticos cachorros numa escola extremamente
divertida. Os filhotes brincam o dia todo, aprendem uns
sobre os outros. O conceito do desenho gira em torno do
mundo multi-cultural, em que respeitar e aceitar as
diferenças não é apenas uma questão de boa educação,
mas de necessidade.

Tromba Trem - O estrangeiro – Dir.Zé Brandão
2D digital – 11min15seg – 2009 – Rio de Janeiro – RJ

Sinopse: Um elefante perde a memória ao cair do céu em
pleno cerrado brasileiro, onde encontra uma tamanduá
vegetariana e uma colônia de cupins que acreditam ser de
outro planeta. Todos juntos embarcam num trem a vapor.

Programa Internacional para o Dia Internacional da Animação 2010

Voa Voa num Prédio de Lisboa – Dir. Joana Toste
desenho sobre papel - 3min – 2009 - Portugal

Sinopse: É lógico que é fácil viver num mundo com lógica,
usando logicamente a lógica.

Pássaros – Dir. Filipe Abranches
desenho sobre papel – 7min -2009 - Portugal

Sinopse:A desventura de uma velha mulher obcecada com
pássaros e do seu filho, que pensa poder voar.

Diário de uma Inspectora do Livro de Recordes – Dir.
Tiago Albuquerque
Flash – 11min38seg – 2009 - Portugal

Sinopse: Quadros da vida de uma mulher responsável pela
verificação dos recordes do Livro do Guinness.

Kensho – Dir. Daniel Kang
2D/3D – 3min57seg min – 2009 - EUA

Sinopse: Um poema visual que começa como um dia normal na
vida de uma jovem, mas termina em catarse espiritual.
Traduzindo para a mente o "verdadeiro eu" ou a "verdade",
“Kensho” descreve experiências de iluminação súbita ou breve
no Zen Budismo.

Zsa Zsa Zsu – Dir. Tromarama
Stop-Motion – 4 min42seg – 2007 - Indonésia

Sinopse: curta de animação em stop-motion com botões de
roupas.

The Tale of How – Dir.The Blackheart Gang
3D – 4min31seg – 2006 – África do Sul

Sinopse: Uma viagem fantástica sobre a criação da vida.
Grandma Lo'A Lo'A (Hajja Lolo) - Dir. Hussain Nemr
2D – 2min39seg – 2006 - Egito

Sinopse: Vovó Lo'A Lo'A está empenhada em sobreviver à
relação tumultuada entre um cão e um gato. Será que ela
vai conseguir?

HM HM – Dir. Mohamed Ghazala
2D – 2min17seg – 2005 - Egito

Sinopse: O que acontece quando um cliente não quer pagar
a conta pela comida que comeu?

Hide & Seek - Director: Sherif Abbas
2D - 2min26seg – 2007 - Egito

Sinopse: Um pequeno garoto se esconde de quem está à
procura dele, mas será tudo em vão?
Ooga Booga Samba Mamba – Dir. Vaibhav Kumaresh
3D – 3min50’seg – 2007 - Índia

Sinopse: curta animado sobre esportes no tempo dos
“homens das cavernas”.

domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre os últimos dias no Alto Solimões e politica

Ola leitores como estão? Acabamos de realizar a Mostra Vídeo índio Brasil 2010 aqui nas cidades de Tabatinga e Benjamin.
Em Benjamin apesar de contar com uma equipe de estudantes do INC-UFAM (Angela e Alveris), infelizmente contou com a mente atrasada da Secretaria de Educação Sra. Fracyclaire Mello e do Coordenador da Biblioteca Municipal Sr. Aristelio de Oliveira ambos não apoiaram a atividade, não responderam nenhuma das cartas e os convites encaminhados, ao encontrar informalmente com o Sr. Aristelio este alegou para não ceder o espaço publico da Biblioteca que a “população não esta acostumada a estes tipos de eventos e iria danificar auditório da biblioteca, que os eventos são destinados a um publico seletivo e não aberto a toda população do município” uma vergonha tendo em vista que bem próximo a Biblioteca temos o primeiro Museu Indígena do Brasil, o Magüta, que mantém suas portas abertas (apesar do preconceito da população local) gratuitamente aos moradores do município de Benjamin, e mesmo enfrentando dificuldades financeiras se mostra aberto ao dialogo e a interatividade cultural fundamental nos dias de hoje, mas, parece que neste município ainda não saímos do sistema de barracão ou ainda pior as trevas da Idade Média. A Mostra aconteceu na Escola Estadual Imaculada Conceição.
Em Tabatinga contamos com a Secretária de Turismo e o Coordenador de Cultura Valdiney que deu apoio ao evento cedendo o espaço do Centro de Informações ao Turista para a mostra de documentários indígenas que também contou com sessões no auditório da UEA. Na UEA agradecimentos especiais ao diretor do Campus Sr. Roberto Lessa que disponibilizou o auditório e apoio de técnicos para operar os equipamentos, possibilitando debates após a mostra dos filmes, agradeço também ao Professor Fred que ajudou na exibição dos filmes da Mostra, e a Rádio Nacional Alto Solimões que deu ampla divulgação ao evento com espaço inclusive para entrevistas, muito obrigado!
Bem com relação aos acontecimentos indígenas ocorreu entre os dias 16 e 19 de agosto o VII Acampamento Terra Livre (ATL) em campo grande Mato Grosso do Sul com cerca de 800 lideranças representantes de mais de 230 povos indígenas brasileiros. O encontro é considerado a principal assembléia e instância máxima de decisão do Movimento Indígena Brasileiro. Busca-se através deste encontro apontar as promessas não cumpridas pelo governo brasileiro e "reivindicações e propostas comuns para uma nova política indigenista do Estado Brasileiro, marcada pelo respeito total aos direitos fundamentais e originários dos povos indígenas".
O Acampamento Terra Livre baseará sua agenda de debate nos temas: demarcação; criminalização de lideranças, impactos do Programa de Aceleração do Crescimento e dos grandes empreendimentos em Terras Indígenas; Estatuto dos Povos Indígenas; Secretaria Especial de Saúde Indígena; reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai); Política Nacional de Gestão Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) e o Conselho Nacional de Política Indigenista.
Tradicionalmente, o Acampamento é realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no Distrito Federal, no entanto, a fim de dar maior visibilidade à situação dos indígenas Guarani Kaiowá (e também porque na Esplanada dos ministérios em Brasília já se encontra o Acampamento Revolucionário Indígena), o encontro nacional foi transferido para o Mato Grosso do Sul. O intuito é chamar a atenção do Brasil e do mundo para a situação de penúria sofrida pelos indígenas do Estado.
Os Kaiwoa tem sofrido com as investidas do governo e dos grandes proprietários de terra, que adotaram uma clara postura anti-indígena e chegaram a afirmar que o Mato Grosso do Sul não é terra de índio e nem será.
Situação semelhante também é enfrentada pelos indígenas do Nordeste, entre eles, os Tupinambá, que têm suas comunidades localizadas no Sul da Bahia. A situação enfrentada por estes povos fará parte das principais discussões do encontro. "Nós perdemos nossa terra, nossos peixes e nossa mata, mas não perdemos nossa cultura, nossa língua, nem nossos costumes e por isso não vamos desistir e deixar de lutar pela demarcação e por todos os nossos direitos", encerrou Anastácio.
Já na Amazônia peruana, Grupos indígenas anunciaram que planejam lançar seu próprio partido político antes das eleições no país programadas para 2011. Seu líder, Alberto Pizango, disse que pretende fazer campanha para proteger a floresta e os direitos dos índios dos Andes e do Amazonas. O anúncio acontece cerca de um ano após esses grupos terem protagonizado um dos maiores levantes indígenas da história recente do Peru. Em entrevista coletiva, representantes da Aidesep (Associação
Interétnica da Selva Peruana), maior organização de índios amazônicos
do país, disseram que seu partido, a Aliança para uma Alternativa para
a Humanidade (Aphu), nasce não apenas como um partido indígena, e sim
com uma agenda nacional. Na língua dos índios quechua, a palavra apu quer dizer "líder"ou "deus da montanha".
Em resposta falando à BBC, o ex-ministro do Interior do Peru Fernando Rospigliosi protestou contra "Isto é parte do efeito Evo, pelo qual líderes que promovem a desordem e recorrem a uma série de atos violentos julgam que isso pode levá-los ao poder", afirmou. "Mas o Peru não é a Bolívia. Aqui não vai
acontecer isso". Historicamente, a população indígena na região amazônica do Peru nunca foi representada na política nacional.
A Aidesep é uma federação que reúne mais de 60 tribos do Amazonas peruano. No ano passado, índios protestaram violentamente contra empreendimentos ligados à extração de petróleo no Amazonas. Pizango nega as acusações de ter liderado o levante, em que tribos bloquearam estradas perto da cidade de Bagua. Mais de 30 pessoas morreram nos confrontos entre índios e policiais. Pizango fugiu para a Nicarágua para evitar a prisão, mas retornou ao Peru em maio e está em liberdade condicional.
O governo peruano estima que haja 400 mil índios na Amazônia peruana, mas Pizango afirma que eles são em torno de um milhão. Ao contrário do que ocorre na Bolívia e no Equador, a grande população indígena do Peru não tem um papel ativo na política nacional peruana nos tempos modernos. Em junho último, o presidente do país, Alan Garcia, se recusou a assinar uma lei que daria aos povos indígenas mais poder para
suspender projetos envolvendo mineração e extração de petróleo em suas
terras. A lei foi aprovada pelo Congresso, mas Garcia disse que não poderia
deixar comunidades indígenas interromperem o desenvolvimento que
beneficiaria a todos os peruanos.
Pois por aqui não é muito diferente ou vocês acham que os projetos do PAC, Belo Monte e tantas outras hidroelétricas estão paradas no papel? Viram recentemente os Enawene Nawe fazendo não indígenas de refém? Pois é para alguns os peixes e os ciclos das águas não são danos contornáveis, mas parte fundamental de sua forma de vida. Participe não fique ai parado HTTP://indiosdonossotempo.blogspot.com

sexta-feira, 30 de julho de 2010

MOSTRA VIDEO INDIO BRASIL 2010 TABATINGA

VÍDEO ÍNDIO BRASIL 2010 - MOSTRA
NACIONAL
DATA TÍTULOS/SINOPSES

Abertura –
31 de julho de 2010
(Sábado)

1 – “Já me transformei em imagem”
Direção: Zezinho Yube / Vídeo nas Aldeias / 2008 / 32 min. / AC - Hunikui
(Kaxinawá) / Livre
Sinopse: Comentários sobre a história de um povo, feito pelos realizadores dos
filmes e por seus personagens. Do tempo do contato, passando pelo cativeiro nos
seringais, até o trabalho atual com o vídeo, os depoimentos dão sentido ao
processo de dispersão, perda e reencontro vividos pelos Huni kui.

2 – “De volta à terra boa”
Direção: Vincent Carelli / Vídeo nas Aldeias / 2008 / 21min. / MT - Panará /
Livre
Sinopse: Homens e mulheres Panará narram a trajetória de desterro e reencontro
de seu povo com seu território original, desde o primeiro contato com o homem
branco, em 1973, passando pelo exílio no Parque do Xingu, até a luta e
reconquista da posse de suas terras.


Palestra de abertura Rafael Pessoa

01 de agosto de 2010
(Domingo)

3 – “Corumbiara”
Direção: Vincent Carelli / Vídeo nas Aldeias / 2009 / 117 min. / RO -
Akuntsu e Kanoê / Livre
Sinopse: Em 1985, o indigenista Marcelo Santos denuncia um massacre de índios
na Gleba Corumbiara (RO) e Vincent Carelli filma o que resta das evidências.
Bárbaro demais, o caso passa por fantasia e cai no esquecimento. Marcelo e sua
equipe levam anos para encontrar os sobreviventes. Duas décadas depois,
“Corumbiara” revela essa busca e a versão dos índios.

4 – “Kuhi ikugü, os Kuikuro se apresentam”
Direção: Coletivo Kuikuro de Cinema / Vídeo nas Aldeias / 2007 / 7 min. / MT -
Kuikuro / Livre
Sinopse: Os Kuikuro apresentam sua história, desde seus antepassados, passando
pelos conflitos com os brancos até as mudanças de suas vidas no mundo
contemporâneo.

Palestra. Responsável da FUNAI pela frente de proteção ambiental Vale do Javari


02 de agosto de 2010
(Segunda-feira)

5 – “Pi’õnhitsi, mulheres Xavante sem nome”
Direção: Divino Tserewahú / Vídeo nas Aldeias / 2009 / 56 min. / MT - Xavante /
Livre
Sinopse: Desde 2002, Divino Tserewahú tenta produzir um filme sobre o ritual de
iniciação feminino, que já não se pratica em nenhuma outra aldeia Xavante, mas
desde o começo das filmagens todas as tentativas foram interrompidas. No filme,
jovens e velhos debatem sobre as dificuldades e resistências para a realização
desta festa.

6 – “Pajerama”
Direção: Leonardo Cadaval / 2008 / 9 min. / SP - Animação / Livre
Sinopse: Um índio é pego numa torrente de experiências estranhas, que revelam
mistérios de tempo e espaço.

03 de agosto de 2010
(Terça-feira)

7 – “Porahey”
Direção: Alunos da Oficina do projeto Ava Marandu / 2010 / 27'33'' / MS –
Guarani / Livre
Sinopse: Registro sensível de histórias, sons e maneiras de fazer que alimentam o
imaginário e cotidiano de um povo. Em outras palavras, são recortes do
“universo” dos Guarani da aldeia Te'ýikue .

8 – “Imbé gikegü - cheiro de pequi”
Direção: Tarumã e Maricá Kuikuro / Vídeo nas Aldeias / 2006 / 36min. / MT -
Kuikuro / Livre
Sinopse: É tempo de festa e alegria no Alto Xingu. A estação seca está chegando
ao fim. O cheiro de chão molhado mistura-se ao doce perfume de pequi. Mas nem
sempre foi assim: se não fosse por uma morte, o pequi talvez jamais fosse real.
Ligando o passado ao presente, os realizadores kuikuro contam uma história de
perigos e prazeres, de sexo e traição, onde homens e mulheres, beija-flores e
jacarés constroem um mundo comum.

Palestra CTI

04 de agosto de 2010
(Quarta-feira)

9 – “Mokoi tekoá petei jeguatá - duas aldeias, uma caminhada”
Direção: Ariel Ortega, Jorge Morinico e Germano Benites / Vídeo nas Aldeias /
2008 / 63min. / RS - Guarani-Mbya / Livre
Sinopse: Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani
dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Três jovens Guarani
acompanham o dia-a-dia de duas comunidades unidas pela mesma história, do
primeiro contato com os europeus até o intenso convívio com os brancos de hoje.

10 – “Kré”
Direção: Francele Cocco / 2009 / 8 min / RS – Kaigang / Livre
Sinopse: Dona Natália, índia moradora da reserva da Serrinha, explica a
confecção de cestos e balaios kaigang, desde a extração da matéria prima, até a
comercialização nas cidades do RS e SC.

05 de agosto de 2010
(Quinta-feira)
11 – “Kene Yuxi, as voltas do kene”
Direção: Zezinho Yube / 2010 / 48min. / AC - Hunikui (Kaxinawá)
Sinopse: Ao tentar reverter o abandono das tradições do seu povo e seguindo as
pesquisas do seu pai, o professor e escritor Joaquim Maná, Zezinho Yube corre
atrás dos conhecimentos dos grafismos tradicionais das mulheres Huni Kui
auxiliado por sua mãe.

12 – “Indígenas digitais”
Direção: Sebastian Gerlic / 2010 / 26 min. / BA - Tupinambá (BA), a Pataxó
Hahahãe (BA), Kariri-Xocó (AL), a Pankararu (PE), Potiguara (PB), Makuxi
(RR) e Bakairi (MT) / Livre
Sinopse: Representantes de várias etnias relatam como celulares, câmeras
fotográficas, filmadoras, computadores e, principalmente, a internet vêm sendo
ferramentas importantes na busca das melhorias para as comunidades indígenas e
nas relações destas com o mundo globalizado.

06 de agosto de 2010
(Sexta-feira)
13 – “A gente luta, mas come fruta” / Vídeo nas Aldeias (PE) / 2006 / 40min. /
AC - Ashaninka / Livre
Diretor: Valdete Pinhanta e Issac Pinhanta
Sinopse: O manejo agroflorestal realizado pelos Ashaninka da aldeia APIWTXA
no rio Amônia, Acre. No filme eles registram, por um lado, seu trabalho para
recuperar os recursos da sua reserva e repovoar seus rios e suas matas com
espécies nativas, e por outro, sua luta contra os madeireiros que invadem sua
área na fronteira com o Peru.

Palestra de Rafael Pessoa

07 de agosto de 2010
(Sábado)
Encerramento

14 – “Terra vermelha”
Direção: Marcos Bechis /2008 / 1h48min
Sinopse: O suicídio de duas meninas Guarani-Kaiowá desperta a comunidade
para a necessidade de resgatar suas próprias origens, perdidas pela interferência
do homem branco. Um dos motivos do desaparecimento gradual da cultura reside
no conflito gerado pela disputa de terras entre a comunidade indígena e os
fazendeiros da região. Para os Kaiowá, essas terras representam um verdadeiro
patrimônio espiritual e a separação que sofreram desse espaço é a causa dos
males que os rodeia.
Elenco: Matheus Nachtergaele (Dimas), Cláudio Santamaría (Roberto), Alicelia
Baptista (Lia), Chiara Caselli (Beatrice), Abrisio Da Silva Pedro (Osvaldo),
Ademilson Concianza Verga (Ireneu), Ambrósio Vilhalva (Nadio), Fabiane
Pereira Da Silva (Maria), Eliane Juca Da Silva (Mami) e Leonardo Medeiros
(Lucas Moreira).

Palestra de Rafael Pessoa encerramento

Um ano de publicação!!!!!!!!!!!


"Ainda que os braços do teu inimigo pareçam tão fortes como as asas de moinhos, resiste companheiro! Ainda que a noite seja tão tensa de escuridão, resiste companheiro! E tu verás a claridão da madrugada chegar." Thiago de Mello
Leitores de nossa coluna Índios do Nosso Tempo, começo aqui com essa forte citação de uma grande e engajado artista/poeta amazonense para brindar vocês, pois estamos fazendo um ano de publicações no Jornal Solimões (e no blog também).
Parabéns ao Jornal por estar investindo, acreditando e sempre com o espaço aberto para o dialogo, foram ate agora mais de 12 textos versando sobre diversos assuntos culturais, apontamos sobre genocídio, infanticio, Ministério da Cultura, Editais para projetos culturais, eventos, entre tantos outros.
É verdade também que foram poucas as contribuições, mas aos que vem contribuindo trouxeram grandes contribuições, como os relatos do jornalista Murilo Marques (companheiro de Minha cidade Natal, da minha aldeia Global- Niterói. ‘água escondida’, tradução do nome em Tupi-Guarani) que relata e mantém informações sobre a situação em Brasília, os indígenas da T.I.V.J. com quem venho dividindo a luta diária, Barbara Arisi e Cristian Martins (ambos companheiros de trabalho).
Mas quem se interessa por essas histórias contadas aqui? Que histórias queremos repetir para nossos filhos? Estamos dispostos a entregar? A troco de que? E sobre o acampamento Indígena na esplanada dos Ministérios em Brasília, vocês sabem? E Belo Monte?
Para saber mais vejam:
http://acampamentorevolucionarioindigena.blogspot.com/2010/06/as-11-reivindicacoes-do-acampamento.html
http://www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8
Você precisa de alguém que te de segurança se não você dança, dança, dança. Se o plano de Progresso que esta em andamento não for reformulado, se não criarmos alternativas para geração de energia, que não este baseada em ‘predação’ ao ambiente (como na proposta de Belo Monte- já vista em outros fracassados projetos, seja na geração atual de energia com as Termodinâmicas na Amazônia, ou seja, queimando óleo negro, diesel, petróleo ou destruindo toda a natureza, e nós os humanos). Dialoguemos...
Nossa atividade por esses dias contou com a participação da Fundação Nacional de Arte, representada na Sra. Mirian Lott, coordenadora regional da Funarte Minas Gerais, apresentando e dialogando com diversos interessados locais em produzir cultura na região do Alto Solimões, falou sobre o edital Micro-projetos região Amazônica, (que por essas datas já esta em fase de seleção fiquemos atentos ao site www.funarte.gov.br).
Foram três reuniões: no auditório da Universidade Estadual da Amazônia - UEA, em Tabatinga; Benjamin na Biblioteca Municipal (que apesar do esforços não confirmou a disponibilidade pra o evento nacional, Vídeo Índio Brasil 2010); e se comoveu na reunião na casa das artes dos povos do javari, também conhecida como ‘ a casa do buraco’ (agradeço a Câmara de Atalaia e a Discente do INC, Nelly Marubo que articulou localmente a reunião). Ouviu do interesse de muitos indígenas em participar em poder realizar projetos em sua comunidade, e também da tristeza, incertezas e insegurança que ronda o dia-a-dia desses povos indígenas. Pode levar uma breve carta apontando as mazelas como a precária relação assistencial a saúde, a falta de informação com relação a um ‘cenozóico’ exame de hepatite feito pela então extinta Funasa (que afinal alguém sabe por onde anda a nova secretária de saúde dos povos indígenas?), e tantas outras preocupações que os índios do nosso tempo têm que estar com suas flechas, mentes, potes, e zarabatanas apontadas. Pois é vida de índio se um dia foi,... deixou de ser já há muito (500 anos pra mais) rede, abundancia e ‘o paraíso na terra’.
Por aqui teremos uma mostra de filmes durante uma semana (31 de Julho a 07 de agosto), debates sobre cultura, cultura indígena, produção de conhecimento dialogo e construção de rede para melhorias e reconhecimento das riquezas não apenas naturais, mas sobre tudo culturais da região. E o Vídeo Índio Brasil! Serão mais de 100 cidades em todos os estados brasileiros participando deste evento simultaneamente. Um país inteiro durante uma semana aprendendo um pouco mais sobre a cultura indígena, valorizando nossas raízes, enriquecendo com o conhecimento tradicional milenar indígena, expandindo nossa consciência para um Brasil mais democrático, justo e inclusivo.

"... Pela tua vida eterna, te prometemos trabalhar. Com toda perseverança, pela necessária mudança, de tudo que é preciso mudar. Cada um na sua vez, e cada qual no seu lugar".
Para terminarmos mais um pouco de T. Mello, ate o próximo! Sigam o blog contribuam, este espaço também é seu!

sábado, 17 de julho de 2010

vejam estes vídeos

http://www.youtube.com/watch?v=ZmOozYXozb8

segunda-feira, 21 de junho de 2010

EDITAL MICROPROJETOS

Você tem idéias?! Faz cultura? Quer produzir e realizar?!!? Conheça como se faz projetos...Traga suas propostas...Microprojetos na Amazônia Legal
PRORROGAÇÃO DO PRAZO DE INSCRIÇÃO EDITAL MICROPROJETOS
MAIS CULTURA AMAZÔNIA LEGAL
A Fundação Nacional de Artes prorrogou o prazo para inscrições no programa Microprojetos – Amazônia Legal. Agora, os interessados em participar do processo seletivo têm até o dia 1º de julho para enviar seus projetos à Fundação.
O Microprojetos Mais Cultura na Região da Amazônia Legal tem como objetivo incentivar
artistas, produtores e grupos e fomentar projetos artísticos e culturais.
Com essa ação, o Ministério da Cultura e a Funarte viabilizam propostas que beneficiem jovens de 17 a 29 anos residentes em todos os municípios da Amazônia Legal.
Abrange as seguintes expressões artísticas: artes visuais, artes cênicas, música, literatura, audiovisual, artes integradas, artesanato, cultura afro-brasileira, cultura popular, cultura indígena, design e moda.
Nesta edição, as inscrições também podem ser feitas oralmente.


Seguem informações para divulgação da Oficina de Capacitação relativa ao edital
Microprojetos Amazônia Legal, no Estado do Amazonas, nos municípios de
Tabatinga e Benjamin Constant.

Oficina de Capacitação para Edital Microprojetos na Amazônia Legal (gratuita e só chegar)
Data: 21/06 e 22/06
Noite das 18 às 22 horas
Universidade Estadual do Amazonas (UEA)
Avenida da Amizade
22/06, terça-feira,
Manha no Município de Benjamin Constant
Horário: 08:00h - 12:00h
Oficina de Capacitação à tarde
Local: Biblioteca Municipal
Á tarde Horário: 15:00h - 19:00h

No dia 22/06 a tarde poderá haver reunião em Atalaia do Norte ou no dia 23 /06 pela manha. A confirmar. artedomito@gmail.com
As oficinas serão ministradas por Mirian Coelho Lott, representante regional da
Funarte MG. As inscrições no edital foram prorrogadas para o dia 1º de Julho.Participe!

terça-feira, 18 de maio de 2010


Estimados leitores, o silencio é a confirmação das afirmativas, pois quem cala consente. É preciso dialogo... Afinal quem participa e acompanha esta coluna? Percebam a importância deste espaço pra divulgação e ampliação das questões que afligem ou forçam os indígenas a tomarem posição a cerca de políticas ou ações que alteram a vida ou mesmo a percepção do mundo. Peço desculpa, pois estamos nos reorganizando com o cronograma de fechamento dos envios dos textos para o jornal, também apresentamos dificuldade na atualização dos últimos textos de vido a dificuldades com o sistema de internet local.
Brevemente divulgamos novamente os editais ainda abertos no site do Ministério da Cultura www.cultura.gov.br, e aos nossos representantes municipais tanto da cultura e/ou da educação que busquem comunicação, pois estamos na luta pra conseguir marcar reuniões com o pessoal que organiza os editais de Brasília, aqui não apenas em Manaus para melhores esclarecimentos de como encaminhar as propostas e os projetos (principalmente o voltado pra Amazônia), fortaleçam a corrente sigam o blog http://indiosdonossotempo.blogspot.com onde mantemos as matérias publicadas aqui no jornal e onde vocês leitores podem tecer comentários, propostas, vamos organizar nossa rede, vamos sair do vazio e dessa pasmaceira!
Quanto a importância desta coluna vejam, por exemplo, aqui podemos questionar as quantas andas (ou não anda) as questões da saúde indígena em relação às notí-cias sobre a criação da Secretaria de Saúde Indí¬gena vinculada diretamente ao Ministerio da Saúde. Vejamos alguns pontos sobre o assunto:
1) A Medida Provisória nº 483, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de quinta- feira, 25 de março, altera a Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios. A MP autoriza a criação, no âmbito do Ministério da Saúde, de uma nova secretaria, bem como cria novos cargos para sua estruturação.
2) Esta autorização permitirá ao governo a criação da Secretaria de Saúde Indí¬gena, diretamente vinculada ao Ministro de Estado da Saúde, e atende a uma antiga reivindicação dos povos indígenas que o governo Lula está tornando possí¬vel a partir deste momento ( só que a MP por si não faz nada, e o pior enquanto nada acontece o limbo que já fazia parte das ações de saúde tomam conta de tudo tornando ainda mais insuportável o que já estava mal).
3) No entanto, é preciso esclarecer que esta secretaria só passará a funcionar após a publicação de decreto que definirá suas competências, sua estrutura de organização e execução descentralizada por meio dos Distritos Sanitários Especiais Indí¬genas (DSEI), dentre outras questões.
4) Neste momento, o Ministério da Saúde trabalha no detalhamento dessas questões e a previsão é que o decreto seja publicado em até 90 dias.(já faz quanto tempo? Porem até agora, nada!!).
5) Durante esse perí¬odo, a Funasa continuará sendo a responsável pela execução das ações de atenção à saúde dos povos indí¬genas, sem qualquer interrupção dos trabalhos que venha a prejudicar o atendimento, sob a supervisão e acompanhamento do Ministério da Saúde.
6) É importante esclarecer que o Ministério da Saúde está tomando todas as providências necessárias para que a transição da atenção à saúde indí¬gena da Funasa para a nova secretaria seja feita de forma transparente e responsável, democrática e participativa para evitar transtornos à saúde dos povos indí¬genas.
Onde esta a participação? A transparência? Onde estão as informações? Onde esta a consulta aos interessados? Quem são os responsáveis para articular essa mudança? Quem lembra quando aconteceu algo semelhante, quando as ações de saúde passaram da FUNAI pra FUNASA?
E não acaba por ai, as políticas educacionais também vão mal, a formação e capacitação dos professores em programas como o Pirayawara teve e tem ao longo de suas atividades o calendário desorganizado, além de problemas na sua base, pois não são observados as especificidades das comunidades envolvidas nem os diferentes estágios de compreensão e participação dos que estão matriculados e em vias de concluir sua formação. Os conteúdos das disciplinas, a compreensão quanto a questões como a importância e utilização dos diários, um planejamento dos conteúdos, o conteúdo a ser desenvolvido nos programas educacionais de cada serie/ano letivo, ficam esquecidos.isso só pra apontar tópicos básicos quanto a pratica de ensino.
Uma educação diferenciada é o que temos nos papeis e nos documentos, mas na pratica no dia a dia os indígenas ficam sós com a sucata mesmo, pois são raros os nativos que tiveram tempo pra se preparar pra a difícil tarefa de educar aos nossos moldes, pois aos moldes tradicionais seriam os velhos os autênticos mestres, e a educação estaria baseada noutros conhecimentos mais holísticos e distintos do que esta na proposta dos documentos.
Não é o conhecimento desses mestres nativos que organizam as disciplinas e matérias na escola, eles também não são reconhecidos perante nossas instituições (não vi nenhum que tenha recebido apoio quanto ao seu conhecimento perante nossa sociedade, e verdade que alguns indígenas vem percebem e documentando os ensinamentos dos antigos, como o projeto vídeo nas aldeias no parque do Xingu) por não dominarem a língua não-indígena, o português, e que o titulo que não tem, não o garante ou possibilita de exercer tal oficio, ou alguém vai falar que é por que eles, os velhos índios, não são formados no que tínhamos como primeiro e segundo grau?
Em contrapartida, grande parte dos jovens professores indígenas que desenvolvem seus trabalhos educacionais junto às comunidades, devidamente autorizados e assalariados pelo órgão governamental responsável, não é formada.
Será importante tal formação? Pra quem?O que temos nos documentos? O que anseiam os indígenas com a educação escolar? Parece-me desempenhar as mais diversas carreiras existentes nas universidades e campos de trabalho, poder ser ele mesmo porta voz ou não de seu povo e de seu ethos- índio.
Afinal, não sou contra os indígenas ministrem aula sem formação, mas o que planejam os indígenas com relação à educação diferenciada? O que eles querem da educação? Qual o objetivo de estabelecerem uma escola de branco junto ao universo indígena? Com certeza não foi para o que se tem hoje como educação diferenciada nas aldeias, onde não se apreende, nem se tem acesso a ferramentas fundamentais pra um dialogo igualitário entre indígenas e não-indígenas. Os professores não são os culpados, não se trata de apontá-los como causa ou efeito, ou quem são as vitimas.
Fiquemos atentos, pois logo, logo nada será feito... Copa na África, e já estamos em campanha eleitoral. O segundo semestre ficaremos a mercê da política eleitoral e das promessas pra o segundo semestre do ano que vem que é quando o ‘novo ‘ presidente assenta a poeira da eleição e começa os trabalhos. Então se não houver mobilização agora pra essas questões, e outras como para aprovação do Plano Nacional de Cultura, talvez nem no próximo mandato de presidente, pois qual será o compromisso do próximo? Com o próximo?
Hidroelétricas, Belo Monte, a reformulação da FUNAI, FUNASA (brevemente comentada aqui), entre outros temas que vocês indígenas sabem melhor do que eu. Mas e ai? Vai ficar ai parado?!
No dia 17 de maio enquanto fechava este texto me chegou a noticias da desocupação do acampamento indígena instalado diante do Ministério da justiça na esplanada em Brasília.O acampamento foi montado em protesto contra o decreto 7056/09 que extingue 340 postos e 24 administrações regionais da Funai em todo país, além de anular direitos adquiridos, incomoda autoridades da República e os gestores distritais desde janeiro. O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, não compareceu – como anunciado - à abertura do XV Congresso Eucarístico Nacional, no último dia 13, por exemplo, temendo os protestos dos cerca de 150 indígenas acampados a menos de 100 metros do palco principal. A chefe de gabinete do Ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, recentemente solicitou à polícia do DF que retirasse os manifestantes do local.
Finalizando divulgo aqui pra os moradores de Benjamin (e os municípios vizinhos) que esta em desenvolvimento um curso de extensão Arte e Cultura a aplicabilidade da lei 11645-08, que obriga o ensino da cultura indígena e afro brasileira em sala de aula, começou dia 19 de maio (são por volta de 10 encontros as quartas-feiras das 18:30 as 21:30 na Escola Estadual Coronel Raimundo Cunha) participem, se envolvam pois através desta ação buscamos criar um grupo pra dialogar e conseguir subsídios pra ampliar ações educacionais e culturais na Amazônia.
Até o próximo.

sábado, 27 de março de 2010

CONSELHO NACIONAL DE POLITICAS CULTURAIS DO MINISTERIO DA CULTURA, O PLANO NACIONAL, BELO MONTE E O DIA DO ÍNDIO.

Ola leitores da Índios do Nosso Tempo, sinto muita falta de comunicação com vocês leitores, de acompanharem o blog HTTP://indiosdonossotempo.blogspot.com postando suas observações os pros e os contras do que vem sendo publicado aqui. Repito este espaço estará sempre aberto a quem estiver interessado em publicar assuntos pertinentes a questões atuais sobre o ambiente e os dilemas indígenas, por isso enviem seus comentários e propostas, reclamações, enfim participem!

Retifico aqui que na matéria do mês passado onde abordei a difícil questão do direito autoral e de imagem com enfoque na temática indígena, foi vinculada junto à matéria uma foto de um dos povos indígenas da T.I.V.J. E que vem sendo motivos de ataques, ao autor das fotos, por disponibilizar as imagens na internet e por a principio não ter esclarecidos de que maneira estaria divulgando ou disponibilizando o material fotográfico que agora ao que parece está autorizado pelos indígenas (algumas lideranças conhecem o autor e autorizaram a captura das fotos e talvez ate a divulgação das fotos). O que nós da coluna e do Jornal fizemos foi vincular uma das diversas fotos disponíveis, a fim de demonstrar como devido à falta de esclarecimentos os povos indígenas perdem o controle de suas imagens muitas vezes se sentindo invadidos e desrespeitados, não por nossa coluna ou o jornal, mas, quem a disponibiliza na internet e as protege inserindo nas mesmas, marca d’água para que possa desta maneira garantir seus direito a vendas das mesmas imagens sem preocupação com os retratados. O site www.amazon-indians.org responsável pela comercialização das imagens tem como organizador o senhor Dan James Pantone.

Mas não venho aqui apenas apresentar minhas desculpas por possíveis constrangimentos que possa ter causado à re-divulgação dessas imagens, mas é preciso que se tome providencias quanto à disponibilidade das mesmas na internet no link indicado ‘da marca d’água’. É preciso que o movimento indígena reconheça as praticas e os alvos a alcançar para um melhor dialogo ético entre os diferentes mundos, cosmo práxis e visão de mundo afinal são tantas as frentes diárias de batalha que realmente e admirável o fôlego de varias lideranças.

Nesta edição vou apresentar um pouco das ultimas reuniões que participei em Brasília no CONSELHO NACIONAL DE POLITICAS CULTURAIS DO MINISTERIO DA CULTURA, O PLANO NACIONAL, BELO MONTE E O DIA DO ÍNDIO.

Venho participando de reuniões junto ao CNPC desde fim de fevereiro quando ocorreram as reuniões Pré- Setoriais e a II Conferência Nacional de Cultura, depois dando continuidade as reuniões de colegiado de culturas indígenas e audiência publica, do PEC para o Plano Nacional de Cultura (sua aprovação na câmara e no senado), e do leilão e construção da hidroelétrica Belo Monte www.prpa.mpf.gov.br. Durante esses encontros e reuniões foram deliberados novos editais pra cultura que podem ser acessados nos links do www.cultura.gov.br, ou http://www.videoindiobrasil.org.br/, entre outros.

Ultimas noticias.

SNC foi aprovado pela Comissão Especial PEC 416/2005 segue para apreciação dos Plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. A tramitação da Proposta de Emenda à Constituição que institui o Sistema Nacional de Cultura avançou um pouco mais na tarde de quarta-feira, 14 de abril, em Brasília. Isso porque a matéria foi aprovada na última reunião deliberativa da Comissão Especial da Câmara dos Deputados, quando os parlamentares acompanharam o parecer favorável do relator, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE).

Nos encontros do CNPC para Amazônia foi incluído uma grande vitória quanto a percepção de suas distâncias, a relação custo e tempo devido aos ciclos das águas, as grandes distancias e a circulação fluvial, estão sendo considerados assim como novas formas de envio e apresentação de projetos em alguns editais veja, por exemplo, o de Cultura Populares ou Indígenas entre outros, por exemplo:

O Edital Microprojetos Mais Cultura na Amazônia Legal foi publicado na segunda-feira, 12 de abril, no Diário Oficial da União (Seção 3, páginas 23 e 24).

A ação visa promover a diversidade cultural da Amazônia Legal por meio do financiamento não reembolsável de projetos de artistas, grupos artísticos independentes e produtores culturais. As iniciativas deverão ter como beneficiários jovens entre 17 e 29 anos residentes em localidades da região.

Também conheci a Terra Indígena do Santuário dos Pajés, complexa tradição cultural e religiosa indígena que se desenvolveu em função da peregrinação ao centro do país. É um território indígena em Brasília ao lado do Parque Nacional Burle Marx, que vem enfrentando o avanço e especulação imobiliária do Distrito Federal, participei também de reuniões com lideranças indígenas para a mobilização no dia 19 de abril com atos, circulação de documentos contra a reformulação da FUNAI, o leilão das hidroelétricas e cultura muita cultura organização de redes e diálogos de saberes.

Quanto a FUNAI:

A portaria nº 564, de 8 de abril de 2010, que legitima o uso de armas letais contra terceiros, foi assinada pelo atual ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto. Esta portaria destina-se a ser utilizada na Funai, sob as ordens da Funai.

No dia 19 de abril, uma série de protestos pedindo o fim da violência institucional contra os povos indígenas, representada pelo o decreto 7.056 – que “privatiza” a Funai, eximindo o órgão de proteger o Patrimônio Indígena e deixando a assistência direta a cargo de Ongs – e pedindo a destituição do senhor Márcio Meira, presidente do órgão.O decreto presidencial 7.056, assinado em recesso parlamentar, sem consulta aos verdadeiros interessados, indígenas e indigenistas, extingue Postos Indígenas, Administrações Regionais e direitos adquiridos e retira das aldeias a assistência e a proteção Estatal, transferindo essa obrigação constitucional para “Ongs amigas”, contra o seguimento social que possui o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) mais baixo do Brasil, se constitui em um verdadeiro crime de Lesa-Humanidade, atentando contra a Constituição Brasileira e contra diversos tratados internacionais assinados pelo país.

O senhor Márcio Meira, que “liberou” Belo Monte, atentando contra cerca de 30 etnias, hoje escuda-se na Força Nacional instalada na portaria da Funai para neutralizar protestos, impedindo indígenas de se dirigirem ao órgão criado para proteger seus direitos constitucionais. “Extinguiram nossos direitos, agora querem nos impedir de entrar em nossa Casa”, protesta João Madrugada Guajajara, servidor indígena há 35 anos. A situação dos servidores indígenas em situação de total precariedade funcional graças ao decreto 7.056, é um dos motivos de protesto dos indígenas que marcham hoje para as portas da Funai.

Indígenas de todo o Brasil protestam contra a política de extermínio promovida pelo Governo Federal. E vocês, estão agindo ou vão ficar ai parados...

DIREITO AUTORAL E DEIREITO DE IMAGEM NO UNIVERSO INDÍGENA


Ola leitores da coluna “Índios do Nosso Tempo”, nesta edição estaremos comentando quanto ao DIREITO AUTORAL E DEIREITO DE IMAGEM NO UNIVERSO INDÍGENA.
Direito autoral e de imagem
Toda pessoa que em função de seu talento, habilidade e conhecimento cria uma obra de caráter estético no campo da literatura, artes ou ciências (exemplo: música, um poema, uma pintura, escultura, espetáculo de dança, etc) tem direito sobre a sua criação. O direito de criador, chamado de autor, sobre sua obra é o que se chama de direito autoral.
Para que esses direitos alcançados hoje pelas comunidades indígenas fossem conquistados, foi preciso que muitas pessoas não-indígenas assumissem a causa com dedicação. Para tanto, foi preciso mostrar ao resto do Brasil quem são esses povos, sua cultura, os seus valores.
Com a consolidação desses direitos na constituição de 1988, a cultura e a imagem indígena, nas suas variadas formas, vêm sendo absorvidas pela sociedade envolvente por meio de reportagens jornalísticas, exposições fotográficas, enciclopédias, publicações de livros e revistas. Diferentes pessoas, como missionários, educadores, passaram a utilizar a cultura e a imagem indígena para as mais diferentes finalidades, nem sempre nas melhores intenções.
Alguns indivíduos com idéias obscuras, falando em nome e em prol da causa indígena dizem que trabalham em parceria com organização e comunidades indígenas utilizam a imagem cultural de determinado povo para ampliar e intensificar ‘as ações de apoio’ que realizam. Também as empresas passaram a utilizar a imagem indígena como componente estratégico de marketing, visando agregar valor a determinados produtos lançados no mercado consumidor ou até mesmo á sua própria imagem.
Quando falamos de direitos dos povos indígenas, estamos falando de direitos coletivos. Mas para os indígenas como são vistos essas conquistas? De que maneira é repassado e compreendido por indígenas esse direito?
Há vários obstáculos na pratica do direito autoral, um exemplo é a enorme diversidade de situações, cada qual dependente de uma conjuntura especifica o que torna impossível sugerir uma regra que solucione todos os conflitos. Apontaremos caminhos, que ressaltamos: dependerá de uma avaliação dos atores envolvidos em cada situação.
É importante para a tomada de decisão, ver qual é a finalidade da iniciativa, sua amplitude, benefícios esperados de ambas as partes, possíveis prejuízos, entre outros fatores.
Ainda que os indígenas responsáveis pelo acerto e acordo interculturais envolvendo assuntos como o de direito de imagem e o coletivo, mantenha a consciência no valor de sua cultura e no reconhecimento e respeito quanto a divulgação do material produzido junto ao seu povo.
As peculiaridades do caso indígena
Grande parte do acervo artístico indígena, não tem um autor ou conjunto de autores imediatamente identificáveis, pois sua ‘autoria’ é produto de sucessivas recriações individuais ocorridas ao longo de gerações, e apesar de pequenas variações segue padrões semelhantes transmitidos ao longo de gerações.
É necessário ressaltar que nada impeça que um indígena se torne escritor, desenhista ou escultor e que sua criatividade extrapole os limites da cultura de seu povo.
Mas quem representa a coletividade indígena?
Não há resposta única a essa pergunta, pode ser uma liderança, um pajé e vai de acordo com os mecanismo internos de representação de cada povo indígenas quais vem se transformando em decorrência do contato com a sociedade envolvente.
É importante que sejam observados dois princípios:
1) aquele que representa a comunidade deve ter legitimidade junto à comunidade para fazê-lo;
2) a pessoa não-indígena interessada tem a responsabilidade de identificar junto a comunidade quais os mecanismos internos adequados e legítimo de consulta coletiva, e quem são as pessoas que podem representá-lo como essa e exprimir a vontade coletiva.
Caso exista uma associação representativa daquele povo ou comunidade, ela poderá ser uma boa entrada, embora isso nem sempre ocorra, pois há casos que a associação representa apenas parte de uma etnia ou mais de uma etnia.
Direito autoral moral

São vínculos perenes que unem o criador a sua obra, são aqueles que asseguram o autor o direito de ter sempre reconhecida como ‘sua’ uma obra por ele criada, bem como ter controle sobre seu destino.
Cessão de direito autoral gratuita ou onerosa?Quem pretende usar e qual a finalidade desse uso?
Há casos em que determinada criação é utilizada por terceiros interessados em auferir lucro, ou seja, ganhar dinheiro. Nesses casos verifica-se que o uso tem uma finalidade comercial destinada a lucros financeiros.
A remuneração não precisa ser feita em dinheiro pode vir através de apoio a projetos comunitários, equipamentos, investimentos em saúde, educação. O importante é que a comunidade se sinta satisfeita com o retorno econômico advindo do uso de uma criação sua e que essa contraprestação seja equilibrada com os benefícios que o interessado no uso irá auferir (Mas como medir o que virá do material produzido quando se trata de um mercado distinto do universo indígena?)
Há casos em que não há finalidade de lucro na divulgação da cultura indígena, mas o objetivo de angariar recursos diretamente destinados aos próprios indígenas ou a projetos comunitários. Ou seja, há uma relação de cooperação, reciprocidade e benefícios para ambas as partes.
Para tanto se faz necessário que a autorização estabeleça claramente quais os usos que se pretende fazer de determinada obra. Cabe ainda destacar que o fato de um registro, fotográfico ou filme carrega consigo não apenas a imagem do retratado, mas também a criação, a arte, a técnica, a sensibilidade de que a realiza (o cineasta ou fotografo), portanto este também possui direitos sobre a obra.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010



II Conferência Nacional de Cultura

“Num contexto marcado por uma mistura inédita das culturas – fruto da globalização –, investir na diversidade cultural pode permitir a renovação de nossa visão do desenvolvimento sustentável, bem como assegurar um exercício efetivo dos direitos humanos e das liberdades universalmente reconhecidos, e reforçar a coesão social e a governança democrática.”Citado do Relatório Mundial Investir na diversidade cultural e no diálogo intercultural apresentado pelo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Koïchiro Matsuura, 20 de outubro 2009, na sede da organização em Paris.
Olá estimados leitores, quantos vocês são? O nosso artigo ao começar com esta citação busca apresentar como num texto podemos utilizar/apropriar para descrever ou exemplificar algo, procedendo com o mínimo de cautela citando a fonte para que o leitor nunca imagine que ao fim ele foi enganado. Que também não seja uma colagem grosseira que o assunto fique quase sem nenhum sentido, ou horizonte narrativo, ou ate mesmo mentiroso como o caso do George Psalmanaazaar, figura conhecida no século XVIII e que ao fim da vida em suas memórias confessou seu embuste.
Nossa colagem aqui visa informar e que tomemos posicionamento, pois estamos com dificuldade de comunicação com nossos representantes e de acesso a assuntos que interessa a todos: A II Conferência Nacional de Cultura (MinC divulga regras no site para a realização das Pré-Conferências Setoriais de Cultura confira).
As Pré-Conferências serão realizadas, até 28 de fevereiro de 2010, nas cinco macrorregiões do Brasil, e tem como objetivo principal debater as propostas setoriais de estratégias para a implantação de políticas públicas a serem encaminhadas para a II CNC; e discutir diretrizes e ações de forma a contribuir com a formulação e/ou avaliação dos Planos Nacionais Setoriais de Cultura.
A II CNC reunirá artistas, produtores, gestores, conselheiros, empresários, patrocinadores, pensadores e atores da cultura, além de representantes da sociedade civil, de todo o país, de 11 a 14 de março de 2010, em Brasília. Os participantes discutirão, entre outros assuntos, a cultura brasileira nos seus múltiplos aspectos, tendo como finalidade principal a valorização da diversidade das expressões culturais, o pluralismo de opiniões e a aprovação no Congresso Nacional do Plano Nacional de Cultura. O PNC que tramita, atualmente, em fase conclusiva, no Congresso Nacional é um plano de estratégias e diretrizes para a execução de políticas públicas dedicadas à cultura. O temário da II CNC está dividido nos seguintes eixos:
• Produção Simbólica e Diversidade Cultural;
• Cultura, Cidade e Cidadania;
• Cultura e Desenvolvimento Sustentável;
• Cultura e Economia Criativa
• Gestão e Institucionalidade da Cultura, que visa o fortalecimento da ação do Estado e da participação social no campo da cultura.
A II CNC tratará, também, da participação social na gestão das políticas públicas na cultura e da implantação e acompanhamento dos Sistemas Nacional, Estaduais e Municipais de Cultura.
Poderão até três representantes da sociedade civil por estado da federação, sendo duas lideranças tradicionais e uma escolhida dentre os acadêmicos, artistas, produtores culturais ou outros trabalhadores não tradicionais envolvidos com os segmentos. Será indicado ainda mais um representante, totalizando quatro indicados titulares e quatro suplentes por estado.
Estas delegações estaduais comporão o Colégio Eleitoral das Pré-Conferências Setoriais juntamente com os cinco representantes do Poder Público Federal e os membros do plenário e dos Colegiados Setoriais do CNPC. Estes terão direito a voz e voto para o cumprimento dos objetivos das Pré-Conferências Setoriais. (www.cultura.gov.br/cnpc) Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC é um órgão colegiado integrante da estrutura básica do Ministério da Cultura e foi reestruturado a partir do Decreto 5.520, de 24 de agosto de 2005. Este órgão tem como finalidade “propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil organizada, para o desenvolvimento e o fomento das atividades culturais no território nacional”.
Acesse a Portaria nº 4, de 3 de dezembro de 2009, que aprova a Resolução nº 2 do Comitê Executivo da II CNC, regulamentando todo o processo, e os sites do Ministério para ler textos completo de onde foi extraído os textos acima.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010




A DIFICIL QUESTÃO DA LIDERANÇA


Ola leitores do “Índios do Nosso Tempo”, nesta primeira edição do ano estaremos comentando sobre: A DIFICIL QUESTÃO DA LIDERANÇA.
Afinal o que é ser líder? Como exercer a liderança? Como tornar-se um líder? Bem no nosso convívio os lideres em sua maioria são políticos que eleitos por nós, vão representar nossos idéais e interesses, desenvolvendo programas, leis, projetos porem estes lideres ou esta ‘nossa’ forma de liderança vem com certas regalias. Imunidade parlamentar, acesso irrestrito a verbas publicas e a uma serie de ‘apoio’ a sua atividade (passagens aéreas, assessores, carros, casas, etc). Tudo com a justificativa de que ‘tem que se ganhar bem para poder representar o povo’, para dialogar com os ‘grandes ‘de igual pra igual'. E dessa maneira construíram um segmento a parte de toda a sociedade envolvente, uma ‘classe’ distinta, é só ver as ultimas noticias nos jornais sobre os escândalos do mensalão, recebimento de propinas, tudo porque em realidade os interesses há muito já não são do coletivo, mas sim de interesse de determinados segmentos, que em sua maioria são os próprios políticos, partidos ou a classe dominante e abastada que eles por sua condição financeira acabam por representar e se aliar, e o povo nisso? Dorme em berço esplendido a cada eleição votando e aceitando as barganhas e migalhas dadas durante o período eleitoral, favores, abraços e beijinhos nas crianças, tapinhas nas costas, e tudo que já vimos e passamos várias vezes.
Já no universo indígena um bom líder, é aquele que da o exemplo, que trás consigo a ‘voz de sua comunidade’ e ao contrario das regalias de nossos políticos, tem que dividir com todos os ‘louros da vitoria’, realizar as tarefas propostas deixando sempre de lado o 'seu', para prevalecer sempre o do 'coletivo', sua fala é sempre a do coletivo nunca a sua individual. As lideranças indígenas em sua maioria não são eleitas, são reconhecidas como lideres por sua capacidade de visão, de projetar propostas e soluções, de achar caminhos saudáveis para sua comunidade.
Mas o que aconteceu quando se deu o encontro dessas formas de ‘ser liderança’? Os indígenas ao longo de sua história de contato e envolvimento com a sociedade envolvente foram tendo que se organizar perante nossas instituições de outra forma que não a sua própria (sua maneira de liderança não é reconhecida no dialogo intercultural, por mais que a constituição garante a sua distinção étnica, e que os ‘representantes’ aceitos por nós não os representam efetivamente), desta forma os índios delegaram a classe dos mais jovens indígenas que aprenderam a língua estrangeira com maior facilidade (e ao mesmo tempo, tinham menos envolvimento e conhecimento sobre as praticas culturais de seu povo).
Recentemente (há mais ou menos uns 35 anos) os índios começaram a se organizar a nossa maneira burocrática, através de associações, ONg’s, com CNPJ (pois sem ele não se pode conseguir verba pra nenhum projeto ou ação) porem estas jovens lideranças indígenas que agora se fixam na cidade tiveram e tem muita dificuldade de serem respeitados e reconhecidos aos olhares de sua comunidade (muitos tem dificuldade de serem reconhecidos como seu representante perante a sociedade), bem verdade que muitas ações do movimento indígena sofreram com pessoas de má índole que apareceram para ajudá-los mas na realidade usavam os indígenas para causa própria, colocando algumas associações a beira do colapso, outras que desenvolveram ações interessantes foram sucateadas (parece que ainda temos a necessidade de ver não dando certo as coisas com os índios, pois como se diz pelas ruas 'o índios é primitivo e atrasado', 'temos que trazê-lo a luz da civilização'!E assim vão se fazendo programas de educação, de saúde e tantas outras que na realidade só funcionam para conseguir deslocar verbas,mas as ações nunca serão feitas muito menos acarretaram melhoria e mudança na situação que impusemos a eles, o contato e envolvimento com nossa forma de ser e agir, as enfermidades de saúde (e do espírito).
Lembro aqui de Juruna Xavante que foi eleito no Rio de Janeiro num movimento encabeçado por Darcy Ribeiro, para que os índios tivessem espaço no Senado e no Parlamento, lembra de seu gravador registrando as promessas dos políticos? Vocês sabem como esta liderança terminou? E Paulinho Paiakan Kayapo, você sabe o que realmente aconteceu?
Bem verdade que o exemplo dado por nossas instituições e nossos lideres políticos não são bons para a construção de uma realidade melhor e mais ética. E essas lideranças da cidade ficam espremidas entre o tradicional e a maneira ‘corrupta e desleal’ da sociedade envolvente, e como se manter ético perante tudo isso? Como não escorregar nos desejos e nas ilusões reluzentes do mundo contemporâneo?Como se manter atrelado aos conceitos e ideais de lideranças indígenas vivendo e organizando seu planejamento numa panela de pressão de interesses escusos, nesse constante 'toma lá da cá', 'de pouca farinha meu pirão primeiro'.
E os indígenas que se organizarem e perceberem que entre vocês,quantos são, tem a força de eleger muitos dos seus, mas a questão é os índios querem isso? Ter lideranças indígenas os representando junto as nossas instituições?
Fiquemos atentos este ano tem eleição. Aguardo vossos comentários, até!