domingo, 5 de setembro de 2010

Sobre os últimos dias no Alto Solimões e politica

Ola leitores como estão? Acabamos de realizar a Mostra Vídeo índio Brasil 2010 aqui nas cidades de Tabatinga e Benjamin.
Em Benjamin apesar de contar com uma equipe de estudantes do INC-UFAM (Angela e Alveris), infelizmente contou com a mente atrasada da Secretaria de Educação Sra. Fracyclaire Mello e do Coordenador da Biblioteca Municipal Sr. Aristelio de Oliveira ambos não apoiaram a atividade, não responderam nenhuma das cartas e os convites encaminhados, ao encontrar informalmente com o Sr. Aristelio este alegou para não ceder o espaço publico da Biblioteca que a “população não esta acostumada a estes tipos de eventos e iria danificar auditório da biblioteca, que os eventos são destinados a um publico seletivo e não aberto a toda população do município” uma vergonha tendo em vista que bem próximo a Biblioteca temos o primeiro Museu Indígena do Brasil, o Magüta, que mantém suas portas abertas (apesar do preconceito da população local) gratuitamente aos moradores do município de Benjamin, e mesmo enfrentando dificuldades financeiras se mostra aberto ao dialogo e a interatividade cultural fundamental nos dias de hoje, mas, parece que neste município ainda não saímos do sistema de barracão ou ainda pior as trevas da Idade Média. A Mostra aconteceu na Escola Estadual Imaculada Conceição.
Em Tabatinga contamos com a Secretária de Turismo e o Coordenador de Cultura Valdiney que deu apoio ao evento cedendo o espaço do Centro de Informações ao Turista para a mostra de documentários indígenas que também contou com sessões no auditório da UEA. Na UEA agradecimentos especiais ao diretor do Campus Sr. Roberto Lessa que disponibilizou o auditório e apoio de técnicos para operar os equipamentos, possibilitando debates após a mostra dos filmes, agradeço também ao Professor Fred que ajudou na exibição dos filmes da Mostra, e a Rádio Nacional Alto Solimões que deu ampla divulgação ao evento com espaço inclusive para entrevistas, muito obrigado!
Bem com relação aos acontecimentos indígenas ocorreu entre os dias 16 e 19 de agosto o VII Acampamento Terra Livre (ATL) em campo grande Mato Grosso do Sul com cerca de 800 lideranças representantes de mais de 230 povos indígenas brasileiros. O encontro é considerado a principal assembléia e instância máxima de decisão do Movimento Indígena Brasileiro. Busca-se através deste encontro apontar as promessas não cumpridas pelo governo brasileiro e "reivindicações e propostas comuns para uma nova política indigenista do Estado Brasileiro, marcada pelo respeito total aos direitos fundamentais e originários dos povos indígenas".
O Acampamento Terra Livre baseará sua agenda de debate nos temas: demarcação; criminalização de lideranças, impactos do Programa de Aceleração do Crescimento e dos grandes empreendimentos em Terras Indígenas; Estatuto dos Povos Indígenas; Secretaria Especial de Saúde Indígena; reestruturação da Fundação Nacional do Índio (Funai); Política Nacional de Gestão Ambiental em Terras Indígenas (PNGATI) e o Conselho Nacional de Política Indigenista.
Tradicionalmente, o Acampamento é realizado na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, no Distrito Federal, no entanto, a fim de dar maior visibilidade à situação dos indígenas Guarani Kaiowá (e também porque na Esplanada dos ministérios em Brasília já se encontra o Acampamento Revolucionário Indígena), o encontro nacional foi transferido para o Mato Grosso do Sul. O intuito é chamar a atenção do Brasil e do mundo para a situação de penúria sofrida pelos indígenas do Estado.
Os Kaiwoa tem sofrido com as investidas do governo e dos grandes proprietários de terra, que adotaram uma clara postura anti-indígena e chegaram a afirmar que o Mato Grosso do Sul não é terra de índio e nem será.
Situação semelhante também é enfrentada pelos indígenas do Nordeste, entre eles, os Tupinambá, que têm suas comunidades localizadas no Sul da Bahia. A situação enfrentada por estes povos fará parte das principais discussões do encontro. "Nós perdemos nossa terra, nossos peixes e nossa mata, mas não perdemos nossa cultura, nossa língua, nem nossos costumes e por isso não vamos desistir e deixar de lutar pela demarcação e por todos os nossos direitos", encerrou Anastácio.
Já na Amazônia peruana, Grupos indígenas anunciaram que planejam lançar seu próprio partido político antes das eleições no país programadas para 2011. Seu líder, Alberto Pizango, disse que pretende fazer campanha para proteger a floresta e os direitos dos índios dos Andes e do Amazonas. O anúncio acontece cerca de um ano após esses grupos terem protagonizado um dos maiores levantes indígenas da história recente do Peru. Em entrevista coletiva, representantes da Aidesep (Associação
Interétnica da Selva Peruana), maior organização de índios amazônicos
do país, disseram que seu partido, a Aliança para uma Alternativa para
a Humanidade (Aphu), nasce não apenas como um partido indígena, e sim
com uma agenda nacional. Na língua dos índios quechua, a palavra apu quer dizer "líder"ou "deus da montanha".
Em resposta falando à BBC, o ex-ministro do Interior do Peru Fernando Rospigliosi protestou contra "Isto é parte do efeito Evo, pelo qual líderes que promovem a desordem e recorrem a uma série de atos violentos julgam que isso pode levá-los ao poder", afirmou. "Mas o Peru não é a Bolívia. Aqui não vai
acontecer isso". Historicamente, a população indígena na região amazônica do Peru nunca foi representada na política nacional.
A Aidesep é uma federação que reúne mais de 60 tribos do Amazonas peruano. No ano passado, índios protestaram violentamente contra empreendimentos ligados à extração de petróleo no Amazonas. Pizango nega as acusações de ter liderado o levante, em que tribos bloquearam estradas perto da cidade de Bagua. Mais de 30 pessoas morreram nos confrontos entre índios e policiais. Pizango fugiu para a Nicarágua para evitar a prisão, mas retornou ao Peru em maio e está em liberdade condicional.
O governo peruano estima que haja 400 mil índios na Amazônia peruana, mas Pizango afirma que eles são em torno de um milhão. Ao contrário do que ocorre na Bolívia e no Equador, a grande população indígena do Peru não tem um papel ativo na política nacional peruana nos tempos modernos. Em junho último, o presidente do país, Alan Garcia, se recusou a assinar uma lei que daria aos povos indígenas mais poder para
suspender projetos envolvendo mineração e extração de petróleo em suas
terras. A lei foi aprovada pelo Congresso, mas Garcia disse que não poderia
deixar comunidades indígenas interromperem o desenvolvimento que
beneficiaria a todos os peruanos.
Pois por aqui não é muito diferente ou vocês acham que os projetos do PAC, Belo Monte e tantas outras hidroelétricas estão paradas no papel? Viram recentemente os Enawene Nawe fazendo não indígenas de refém? Pois é para alguns os peixes e os ciclos das águas não são danos contornáveis, mas parte fundamental de sua forma de vida. Participe não fique ai parado HTTP://indiosdonossotempo.blogspot.com

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